Alice Crástino é uma menininha portuguesa, que relegada por sua família é chamada apenas por “menina”. Diante de sua solidão, conta com a amizade dos animais que vivem próximos a sua residência. Até que um senhor chega a Vila Nova de Gaia, o misterioso Santiago Pena, que irá morar ao lado da família de Alice. A menina é uma sonhadora e adora histórias, ela vê em Santiago um amigo e um refúgio. Ele se torna seu avô de letrinhas e passa a lhe contar as mais diversas histórias.

Santiago carrega consigo um caderno misterioso que contém as memórias de Hilário, um jovem universitário que passou muitos anos preso. E como os tempos são outros e já se pode identificar um gene criminoso nas pessoas, Hilário é um dos primeiros a passar pelo teste.

Assim acompanhamos parte da vida de Hilário, seus anos de prisão até chegar os dias de hoje com Santiago e numa época assustadora, onde ter livros é crime. Por conta dos avanços tecnológicos e com a chamada interação irrestrita, os livros passaram a ser antidemocráticos, pois congelaria a opinião do autor.

A obra é narrada de forma magistral e poética, com várias e excelentes referências literárias. Além de citar o uso de aplicativos randômicos que apontam decisões a serem tomadas para quem os usam. O que traz muitas reflexões sobre os dias atuais e o que será do futuro. Com certeza uma leitura altamente recomendada pelo tema que aborda e a importância dos livros em nossas vidas. Da informação e do conhecimento.

“Palavras não são só palavras. Há vários níveis de leitura, e o que há de mais importante estará sempre nas camadas mais profundas”.

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