Esse livro é uma bola de cristal. Uma homenagem à literatura. É aquele livro que te indica livros.
Uma distopia que nos mostra como seria um futuro onde os livros são proibidos e possuí-los é crime. Além de tudo isso, ainda temos uma forma de controle de criminalidade, baseada no gene C e, aquele que cometer algum ato criminoso é meticulosamente examinado, levando a dois possíveis resultados, positivo e negativo, no caso do segundo, o criminoso é sentenciado a pena de morte. Como se não bastasse esse controle de criminalidade, ainda vemos aqui um controle de natalidade, mas não relacionado a números, mas os pais tendo o poder de escolher como quer que seu filho venha (o filho perfeito).
Logo no prefácio eu me apaixonei por tudo que estava por vir e a cada página eu me surpreendia cada vez mais com a história desenvolvida pelo autor. Sua escrita poética traz um sentimento muito forte para o livro, fazendo o leitor sentir na pele o desespero, a tristeza e a esperança de um futuro onde os livros, um dia, possam voltar a circular. Esse futuro nos é apresentado através do ponto de vista de dois personagens: Alice e Santiago Pena.
Alice é uma criança curiosa, muito apegada a histórias e ignorada pela família, que a chama apenas por “menina”. Sua irmã mais velha não dá mais atenção a ela do que aos pais e, assim, com cada um em seu canto, eles tentam conviver em família. Já Santiago, passou mais de 20 anos da sua vida na cadeia, por um crime que ele alegava não ter cometido. Lembra do gene C? Através de exames realizados de 5 em 5 anos as respostas eram sempre as mesmas. Negativo. Mas, por segurança, mantinham ele preso. Santiago foi preso antes da proibição dos livros, tento a oportunidade de conhecer muitas obras na biblioteca da prisão.
A partir do momento que os caminhos de Alice e Santiago se cruzam, o leitor acompanha a inocência de uma criança diante do misterioso estrangeiro e a construção de uma rede de mentiras que levam a um final surpreendente que me deixou pensando “Quantas páginas eu pulei?”.
Um livro para emocionar e fazer refletir. RECOMENDADÍSSIMO.
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