Que tal uma reflexão hoje?
Em pouco mais de 200 páginas, Fausto Lucciano Panicacci narra uma realidade distópica em que os livros são vistos de uma forma diferente – ou nem tanto – de como o conhecemos atualmente, os livros físicos são banidos, o conhecimento passa a ser editado, pense num Wikipédia só que de forma mais abrangente, isso se deve principalmente ao governo opressor que os personagens são submetidos.
Mas depois o tio acabou preso por colecionar livros e todos os volumes foram destruídos, sobrando só aquele, de histórias, que a avó conseguira esconder na antiga máquina de costura.
É assim divido em três partes que conhecemos Alice Crástino, um pequena garota muito apegada a falecida avó e as histórias que a faz sonhar sobre tempos de liberdade, em que acaba perdendo seu precioso bem, um livro de histórias que a avó escondera a tempos atrás e que o fato de manter livros ser ilegal, deixa sua mãe, Louise, em cólicas de medo e que acaba por findar com o livro. Na segunda parte narra o passado de Santiago até o momento em que ele parte das terras brasileiras para às portuguesas onde estabelece um conexão emocional com a pequena Alice em que compartilham o amor pelas histórias. Por último na terceira parte é que conhecemos Hilário Pena, um sujeito que vê sua vida mudar após ser condenado, de nada adiantou os teste do exame para o Gene-C – ligado a predisposição violenta – ter dado negativo, mesmo assim Hilário é condenado e na prisão de Babel conhece Antônio e juntos ele ficam encarregados de desbravar o vasto conhecimento da biblioteca.
Aquela casa pode ter sido fechada, vendida, demolida; mas nunca será derrotada. Pois jamais deixará de existir nos corações dos que provaram de sua doçura.
A narrativa em terceira pessoa do autor é bem elaborada e ele tem o cuidado de inserir os pensamentos individuais dos personagens levando o leitor a alcançar um poucos dos sentimentos que os toca, a leitura embora possa parecer rápida é reflexiva e isso a torna densa, já que não existe formas de desvincular o que já conhecemos de mundo e o que vivemos do que consumismo na ficção e nessa obra isso fez mais presente, soando como uma realidade não tão distante, em que o que separa o presente de um futuro em que o conhecimento é burlado e se torna um tipo de tabu, são nossas próprias escolhas e ações. sendo também retratada a questão do peso das próprias escolhas, em que se forma uma corrente, nada é exatamente isolado e isso é um fato.
É fato, distopias sempre me bagunçam!
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